terça-feira, 19 de julho de 2011

Batisti: Itália, França e Brasil num espetáculo internacional de hipocrisia e mentiras

A França, como todos sabem, está geográficamente colada na Itália e abrigou o fugitivo Caesare Battisti, homem acusado de ser terrorista e homicida na terra da máfia onde foi condenado por seus crimes.

Tomando vinho de bordeaux, vendo a torre Eiffel e vivendo tranquilamente em terras francesas, foi assim que esse senhor ficou durante um longo lapso temporal antes dele criar todo o rebuliço que temos visto envolvendo o Brasil. 

Battisti viveu no país do champagne com apoio explícito de políticos e intelectuais de lá, desde  1.990 até 2004. Ali ele trabalhou como escritor, editor e zelador de um prédio e teve "por duas vezes" reiterados pedidos de extradição negados pela Corte de Acusação de Paris. Chegou até mesmo a pedir naturalização francesa e teve uma sentença favorável que depois foi cassada.

Naquelas longínquas terras de Napoleão, militantes de esquerda conseguiram reverter a detenção do homem tachado pela Itália de perigoso terrorista.

Diante disso o país napolitanoi fez o que mesmo? Fez algum escândalo? Não! Seus deputados foram fazer alarde nas cortes européias? Não tenho conhecimento de que fizeram isso. Ingressaram com algum recurso numa corte internacional? Ameaçaram cortar relações? Não que eu saiba...

Alguém poderá dizer: oras, mas a Itália não esculachou com a França porque em fevereiro de 2004, o Conselho de Estado daquela nação analisou novo pedido italiano de extradição e autorizou que Cesare Battisti fosse extraditado e isso se deu graças às pressões políticas o que redundou num mea culpa que o Brasil resiste em fazer.

Claro que, de fato, naquele momento, formalmente, o país do brioche fez o papel de bom moço e cedeu à pressão italiana.

Mas, todavia, porém contudo, não obstante....nos bastidores a França agiu de forma bem diversa! do bom mocismo!

Aparentemente apoiando o tal terrorista, a França preferiu jogar a batata quente para outro país resolver e escolheu o Brasil.

Ao mesmo tempo em que tirava de suas mãos aquele senhor e limpava a sua barra concedendo a extradição do caçado ao país da pizza, a França tratou de agir por baixo dos panos e ajudou o "procurado"a fugir de seu território em direção ao nosso país.

Foram essas as afirmações do próprio Battisti.

Antes que o decreto de extradição francês fosse assinado, Battisti conseguiu vir da Europa para o Brasil pelas mãos do serviço secreto francês que arquitetou, viabilizou e patrocionou sua fuga.

Dito isso, duas coisas me vêm à mente: uma é que não se pode confiar em governos; outra é que tanto os governos italiano quanto o francês parecem não serem flor que se cheire. 

Afinal, se de um lado a França dificultou a extradição do pateta para seu país natal e - pior - patrocinou sua fuga para outro continente; de outro lado a Itália não fez alarde contra seu vizinho, quando foi por ele traída, ficando caladinha sem dar um piu de protesto e, pior, nada fez quando veio à tona que seu líder máximo, aquele mesmo que patrocina festas com moças menores de idade para satisfazer sua lascívia, Berlusconni acertou com o Lula para que o Battisti ficasse em terras da jaboticaba.

Por isso é que fica complicado falar da posição brasileira diante do problema. É como o roto falando do rasgado...

O que me deixa intrigado é o seguinte: porque tantos países conseguem dar cobertura a uma única pessoa tão insignificante quanto esse tal Battisti? Ou será que ele não é tão insignificante assim?

Sem ter qualquer experiência com essas coisas de políticas internacionais, terrorismo e tal, fico com a impressão de que ninguém é santo nesse história e que há algo maior por trás que não conseguimos entender corretamente.
A única coisa que me parece certa é: assim como é um direito do país não extraditar seu próprio cidadão por crime cometido noutro território; também é direito de qualquer país decicir ou não sobre dar asílo político a alguém e não extraditar quem estiver nessas circunstâncias.

A Itália manteve seu cidadão (o Cacciola) por lá, exercendo seu direito. O Brasil manteve mais um suspeito aqui, exercendo também sua soberania.

Se os italianos não gostaranm, cá entre nós, o problema é deles. Certa ou errada, francamente eu não sei, o que eu sei é que a decisão do STF é para ser cumprida e ponto final!

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