segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Ninguém é santo

Há anos eu faço separações e divórcios e, nesse período, acompanhei diversos casais antes e depois da separação.

Algumas coisas eu notei: cerca de 80% dos pedidos de separação ou divórcio eram feitos pelas mulheres.

Na maioria dos casos as reclamações eram parecidas: desde desemprego do marido a traição, desde "falta de comprometimento com a relação" a falta de amor.

Os homens, por seu turno, não raramente diziam um simples: cansei...

Muitos deles eram gente boa, de princípios mas que simplesmente cansaram de investir suas energias num casamento que eles entendiam que não iria à diante e justificavam seu cansaço com atitudes femininas que hoje, segundo vejo, estão estampadas na "Folha de São Paulo" como resultado de um estudo a respeito.

Segue a íntegra da matéria:
"Fazer questão de ter a palavra final em uma briga e discutir coisas que já aconteceram há muito tempo são atitudes mais femininas do que masculinas, ao menos no início do casamento.

Essa é uma das principais conclusões de um estudo realizado pela Universidade de Michigan com 373 casais ao longo de 16 anos.

A pesquisa identifica comportamentos destrutivos que podem aumentar as chances de divórcio. Nessa lista, entram também os gritos, insultos e a tendência à fuga.

Segundo Kira Birditt, uma das autoras do estudo, os resultados mostram que ao longo do tempo as mulheres reduzem esse comportamento. Já os homens tendem a permanecer iguais. "Talvez as mulheres usem as estratégias construtivas como um último recurso. "Já gritei e berrei, mas ele não fez nada. Agora isso é sério".

Os resultados dizem que, no primeiro ano, apenas 29% dos maridos e 21% das mulheres relataram ter enfrentado algum tipo de conflito. Após 16 anos, 46% dos casais já tinham se separado. Os que enfrentaram conflitos e comportamentos destrutivos desde o início mostraram maior inclinação ao divórcio.

Estudos anteriores já indicavam que, para os recém-casados, críticas, desprezo, atitude defensiva e abandono das discussões podem levar a união ao divórcio em até sete anos.

"A mulher não é prática, ela costuma ser menos flexível e demandar mais. Para a mulher, DR é discutir a relação, para o homem, é dar risada. Os dois têm formas diferentes de resolver os problemas", afirma a antropóloga Miriam Goldenberg.

A pesquisa mostra ainda que um padrão particularmente danoso para o casamento é quando um dos parceiros tenta resolver a situação de maneira adequada enquanto o outro adota "estratégias de retirada", como abandonar a discussão ou se calar sobre o assunto.

Segundo a pesquisadora, para aquele que se esforça para manter a união, as estratégias de retirada costumam ser vistas mais como falta de investimento no relacionamento do que como tentativa de manter a calma."


É como eu digo: ainda tinham que criar a Lei Mário da Lapa.

2 comentários:

  1. Ninguém é santo, mas o que exatamente vc está dizendo? Que os homens tb são vítimas?

    beijocas,
    Mari

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  2. Isso mesmo. Os homens também são vítimas. Não só vítimas da incompreensão feminina, da falta de interesse delas em compreender o universo masculino, da falta de tentativa de diálogo nas relações. São vítimas silentes de violência doméstica. (http://www.apsicologa.com/2008/05/homens-vtimas-de-violncia-domstica.html)

    Mas são vítimas silentes pela vergonha de admitir que foram submetidos a esse tipo de circunstância.

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