sábado, 27 de novembro de 2010

Como em qualquer outro lugar...

Há menos de um mês o piloto de Fórmula 1 britânico Jason Button sofreu uma tentativa de assalto em São Paulo. Muito se falou da insegurança no Brasil e em São Paulo. O motorista do Jason é um policial que disseram ser treinado para situações dessa natureza e ao avistar pessoas armadas vindo em direção do veículo soubre manobrá-lo de modo a ultrapassar o perigo e fugir da ação dos lixos humanos.

Alguns representantes da modalidade esportiva foram entrevistados e "minimizaram" o episódio dizendo que assaltos podem ocorrer em qualquer lugar do mundo e esse episódio não é icônico da violência paulistana.

E não é que quem assim se manifestou tinha razão?

Apenas poucos dias após esse incidente que o Rubinho, com razão, disse ser "VERGONHOSO", o igualmente britânico Bernie Ecclestone - chefão da Fórmula 1 - e sua namorada, a brasileira Fabiana Flosi, foram alvo de um violento assalto em Londres.

Os assaltantes derrubaram Ecclestone, de 80 anos, e deram chutes e socos em sua cabeça até que ele desmaiasse.

Estavam armados? Não! Mas precisou estarem? Não!

Depois de espancarem gratuitamente o magnata até que ele desmaiasse, roubaram cerca de 200 mil libras e levaram relógios e joias, tudo isso em frente à sua casa. Nem sequer esperaram a namorada tirar os brincos: arrancaram.

A polícia chegou ao local apenas quando os assaltantes já haviam fugido.

Ninguém se revoltou. O Rubinho dessa vez não disse que o ato foi uma "VERGONHA" e o episódio não causou nenhuma comoção na mídia.
 
Por que?
 
Afinal se no Brasil a violência é uma rotina e na Inglaterra isso é uma exceção; se o jornalismo vive daquela máxima "se um cachorro morder um homem não há matéria, mas se úm homem morder um cão isso é notícia de capa"; não seria de se esperar que a notícia desse azo a mais alarde?
 
A resposta a isso é: aqui nós temos uma doença que eu chamo de síndrome do "lixão"!
 
Para brasileiros, nada que temos aqui presta. Tudo que temos é ruim: nossa cultura, nossos serviços, nossa segurança, nossa comida, nossa música e por aí vai.
 
Tudo que for estrangeiro, por mais merda que seja, é melhor.
 
Enfatizamos o que há de ruim aqui e esquecemos nossas virtudes.
 
Colocamos nossa autoestima lá embaixo e quem, de fora vê isso, deita e rola. Os que aqui dentro também enxergam isso fazem o mesmo.
 
Enquanto isso, nos países estrangeiros - sobretudo europeus - faz-se exatamente o inverso.
 
Aqui temos problemas sim! Muitos que merecem atenção e solução imadiatas. Mas nada diverso do que já acontece em qualquer outro lugar.

4 comentários:

  1. Nosso eterno complexo de vira-lata!
    abs
    Jussara

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  2. Síndrome do lixão = mente colonizada.

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  3. Uma das questões é que aqui as pessoas querem escândalos e lá não. Hoje por exemplo, aqui no Rio as tvs estão mostrando direto a invasão do Alemão. Tem que mostrar, tem. Beleza. Mas qual a necessidade de mostrar a discussão do plano tático da polícia..de dar todas as especificações técnicas dos armamentos apreendidos?? O povo gosta, sabe..gosta disso..gosta do lixo.

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